23 agosto 2008

News - Nova Praça de Lisboa ainda não passou da aprovação do estudo prévio pelo Igespar [Público]



Em Fevereiro, a Câmara do Porto acreditava que 18 meses bastariam para inaugurar o novo espaço, mas ainda nem foi assinado o contrato de cedência de superfície à UrbaClérigos
O projecto foi anunciado na Câmara do Porto, em Fevereiro, com a indicação que a nova Praça de Lisboa estaria pronta a ser inaugurada dali a 18 meses. Contudo, seis meses depois, o Igespar (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) apenas aprovou o estudo prévio que o arquitecto Pedro Balonas desenhou para a UrbaClérigos - Investimentos Imobiliários, SA. E o contrato de cedência do direito de superfície entre a autarquia e o consórcio da Bragaparques e John Neild Associados ainda não foi assinado.
"Está tudo um pouco atrasado, mas as considerações do Igespar demoram sempre um bocado a chegar", admite o arquitecto Pedro Balonas. De acordo com José Santa Clara, da Bragaparques, o parecer favorável do Igespar chegou à empresa a 4 de Agosto, apenas com algumas "alterações e pormenorizações".
O desenho de Balonas, divulgado em Fevereiro, mostrava uma estrutura em betão e vidro, com uma cobertura ondulante, adequada à prática de skate. Numa cota mais alta ficaria um restaurante e, no interior da praça, o Pólo Zero da Federação Académica do Porto, além de uma área comercial com a livraria Byblos (à partida) como loja-âncora. Na altura, Santa Clara já contava com algumas exigências do Igespar, sobretudo na fachada voltada para a Torre dos Clérigos, o que se confirmou. "Tivemos que introduzir alguma compatibilização com a envolvente, sobretudo na fachada do lado dos Clérigos, que ficou mais sóbria, mais contida", diz Pedro Balonas, acrescentando que a proposta inicial "não sofreu grandes alterações".Ainda assim, o restaurante foi obrigado a passar para uma cota menos elevada e a cobertura ondulante foi suavizada. As escadas de acesso também sofreram pequenos ajustes. Com o estudo prévio aprovado, o gabinete de Balonas está já a trabalhar no projecto de licenciamento que terá de receber nova aprovação do Igespar e da Câmara do Porto. A apresentação a estas duas entidades deverá ocorrer "durante o próximo mês de Outubro", estima Santa Clara.
O responsável da Bragaparques não fala em atraso no desenrolar do processo, porque, no seu entender, os 18 meses considerados necessários à sua conclusão (seis para desenvolver projectos e 12 de obra) só começam a contar após a assinatura do contrato de cedência do direito de superfície da Câmara do Porto à UrbaClérigos. "O que ainda não aconteceu", disse.De acordo com Santa Clara, o contrato ainda não foi assinado porque a autarquia está "a finalizar o processo de passagem do imóvel existente a propriedade horizontal". Uma informação que não foi possível confirmar junto da Câmara do Porto. A proposta do consórcio liderado pela Bragaparques foi a única a apresentar-se ao concurso público aberto pela Câmara do Porto em Dezembro de 2006. O executivo chegou a recusar a proposta, porque a empresa apenas queria pagar cem euros de renda mensal, mas depois de várias negociações, a cedência por 50 anos foi acordada. Mesmo que tudo corra agora sobre rodas, a Praça de Lisboa já não deverá ser inaugurada antes do fim de 2009 - e nunca em meados do próximo ano, conforme fora anunciado em Fevereiro. Tal significa que adiada ficará também a chegada ao Porto da maior livraria do país, a Byblos, cuja instalação está prevista para a Praça de Lisboa. O espaço, criado por Américo Areal, deverá contar com mais de 150 mil títulos e ocupar a fatia de leão da área comercial da Praça de Lisboa.