[Berlin, Kreusberg, berlinischegalerie, maio 2005]
Um dos grandes problemas do Porto é a falta de qualidade de muitos dos espaços públicos. Aqui ficam exemplos de cidades que muito cedo perceberam que interior e exterior, praça e logradouro, casa e rua não são coisas diferentes, mas fazem parte da mesma irreparável e inseparável substância: a cidade. Exemplos para aprender, para ver e para quem sabe, utilizar!
O primeiro mapa, é este pequeno espaço que dá acesso à Berlinischegalerie. Marcando uma complicada transição entre rua, interior de quarteirão e entrada de um equipamento público, este espaço serve de foyer exterior do edifício da galeria e cumpre de forma assinalável a sua função. Não foram precisos materiais excessivamente caros, a superficie é em alcatrão, para conferir uma maior dignidade ao lugar. A intervenção artística sobre o chão ajuda a marcar o momento de excepção do espaço em questão. Acima de tudo há uma certa urbanidade e simplicidade da solução.
Quantos espaços públicos no Porto foram pensados [das mais recentes intervenções] utilizando uma solução que apostasse numa intervenção artística? Poucas.
O segredo deste pequeno espaço é, como de muitos outros em Berlim, simpes: materiais baratos e muita criatividade! Parece-me que aqui, em Portugal, exceptuando raras vezes, é exactamente ao contrário. Incluindo rotundas...mas aí é a perversão total daquilo a que se chama arte pública.
#Pedro Bismarck